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Odisseia Mar de Caratuvas

  • Foto do escritor: Amauri Miranda
    Amauri Miranda
  • 12 de jun.
  • 9 min de leitura

Atualizado: 2 de set.

Escalada em livre da via mais longa do Paraná (630 m, 14 enfiadas) na Serra do Mar, com a Pico Ibitirati com Trilha do Pico Paraná, descida de bike pela Estrada da Graciosa fechando o loop na fazenda Lírio do Vale em 21:15 horas.


Local: Serra do Mar, Paraná, Brasil.

Data: 23/09/2023

Escaladores: Roberto Lazzari Junior e Amauri Ghellere Garcia Miranda

Objetivo: Circuito completo e autônomo em menos de 24 horas.

Itinerário: Saída da Fazenda Lírio do Vale (base da Serra do Mar), escalada da via Mar de Caratuvas no Pico Ibitirati, trilha passando pelo Pico Paraná até a Fazenda Rio das Pedras, e pedal descendo a Serra do Mar pela Estrada da Graciosa até retornar à Fazenda Lírio do Vale.


Resumo

  • 17 km de trilha (8,5 km + 8,5 km)

  • 621 m de via de escalada

  • 82 km de pedal

Tempos 

  • Trilha 1: 3:45h 

  • Via: 4:30h

  • Trilha 2: 4:43h

  • Pedal: 5:30h

  • Descansos: 2:40h

  • Tempo total em atividade: 18:28h

  • Tempo total da jornada: 21:15h


Sexta Feira, 22 /09/2023


O dia começou cedo em Cascavel. O Roberto, como sempre, acordou para despertar o sol e já as 7h da manhã estava pegando a estrada rumo a Serra do Mar. 

Mais ao sul, em Itapoa, mesmo podendo me dar ao luxo de dormir mais, a ansiedade batia forte. Consegui aguentar até as 9h pra então começar meu trajeto até o ponto de encontro. 

Como eu não estava com pressa, pelo contrário, precisava matar tempo; Optei pelo trajeto mais bonito até a  Fazenda Rio das Pedras. Por ali, mentalmente, revia a estratégia. 

Está empreita que estava começando seria, provavelmente, uma das mais exigentes que já me metera. Talvez por isso eu tenha passado a semana toda montando a mochila. A logística precisava ser precisa, para levar o mínimo possível e não faltar nada importante.

Revi várias  vezes o croqui da via, estudei o mapa das trilhas e o trajeto de bike. Assim, revisei oque iria mesmo precisar e o'que podia deixar. 

Enfim! O dia chegou.

A caminho do ponto de encontro, passei para visitar Morretes. Já otimista, aproveitei para comprar Cataia para comemorarmos a vitória.  Outra compra de última hora foi óculos de proteção - não queria furar os olhos com os matos da via.

Parque arborizado com um rio calmo ao centro, cercado por árvores altas e vegetação abundante. À esquerda, uma mulher agachada observa flores próximas a um grande tronco de árvore, enquanto uma segunda mulher de vermelho observa ao lado. À direita, o rio reflete o céu azul e a vegetação, com um pequeno muro verde claro acompanhando a margem. Há mesas com guarda-sóis brancos dispostas sobre a grama, e ao fundo uma fonte jorra água no centro do rio. O ambiente é tranquilo e ensolarado, ideal para lazer e descanso ao ar livre.

Já na estrada novamente, em direção a Estrada da Graciosa, ao chegar perto de Porto de Cima comecei a prestar mais atenção na estrada. Neste trecho estaríamos passando de bike depois de descer a o trecho da antiga estrada que liga Curitiba ao litoral.

Como pedalariamos ali já à noite, me esforcei para ir memorizando os detalhes:  pavimentação de pedra, buracos na pista, sem acostamento, pontos de água, obras na pista, etc.

Chegando no Portal da Graciosa, parei para esperar o Roberto.  Mal eu tinha chegado ele me ligou. Estava a só 8 km dali. 

Logo que chegou, colocamos as bicicletas na caçamba da camionete do Roberto, separamos as comidas e isotônicos que iríamos deixar com as bikes. De lá fomos em um só carro até a Fazenda Rio das Pedras, ponto de partida/chegada para quem faz a trilha normal do PP. O Roberto já tinha conversado com o proprietário e ele aceitou nós deixarmos as bicicletas no galpão para buscarmos no dia seguinte.

Interior de uma construção rústica com paredes e prateleiras de madeira. No centro, há uma bicicleta de montanha preta encostada em um armário comprido de portas azuis, ao lado de uma moto vermelha. O chão é de concreto, e há um tronco grosso cortado que serve como banco ou mesa. As janelas têm grades pretas e deixam ver a vegetação verde do lado de fora. O ambiente remete a um espaço de apoio ou oficina simples em meio à natureza.

Pensando em um plano B, até cogitei a possibilidade de deixarmos um carro ali, caso chegássemos da trilha do PP muito destruídos. Mas optei por não e nem comentar isso com o Roberto. Assim nossa única opção era ir até o fim, sem margem para desistência.

Voltamos com a camionete para buscar meu CRV e seguimos descendo pela Graciosa ate a Fazenda Lírio do Vale

Voltamos com a caminhonete, peguei meu CRV, e seguimos até a Fazenda Lírio do Vale, ponto oficial de partida e chegada.

Já no trajeto, paramos para comer perto da estrada que leva ao Marumbi. Como previsto, começou a chover. Isso atrasaria nosso começo. Subir a Mar de Caratuvas molhada seria mais difícil e perigoso. Sem pressa, aceitamos o atraso.

Dois homens sentados em uma mesa de plástico branca ao ar livre, em um dia chuvoso. Ambos usam casacos impermeáveis e seguram pratos com pastéis. Ao fundo, vê-se uma rua molhada, montanhas encobertas por neblina e vegetação tropical, indicando uma região úmida e possivelmente litorânea. Ambos sorriem para a câmera, transmitindo um momento de descontração durante a refeição.

Chegamos na Fazenda Lírio do Vale, nosso ponto de partida e chegada, no final da tarde. Conversamos com a Lígia, quem toma conta do lugar, e ela nos propôs montarmos as barracas na varanda de uma casa desocupada. Assim, mesmo com a chuva, poderíamos nos organizar com mais conforto mesmo com chuva. 

Já tínhamos comido e as mochilas estavam prontas, mas não tinha porque já dar início a jornada, que por si só já é dura. Encarar a parede toda molhada era algo desnecessário.

Precisávamos esperar para que a via secasse um pouco para então começar a escalar. Isso significava começar a trilha no meio da madrugada. Seriam aproximadamente 4:30 horas de trilha, 8,5 km, até a base da via. 

Uma bicicleta de mountain bike preta com detalhes em vermelho e branco está apoiada em uma parede marrom sob um telhado de metal. Perto dela, há duas barracas de acampamento, uma laranja e outra cinza, montadas sobre piso de pedras irregulares. Ao fundo, aparece parte de um carro estacionado e árvores com folhagem verde, iluminadas pela luz suave do fim de tarde. A cena transmite um clima de aventura e acampamento ao ar livre.

Montamos a barraca, organizamos o equipamento e deitamos cedo. Despertador programado para 01h00.

Sábado, 23/09/2023 - Começa a odiceia. 

00h59. Acordei naturalmente, sem despertador. Estávamos animados. Comemos frutas, nos hidratamos, colocamos as roupas de escalada. Às 02h15, partimos.

A trilha até a base da via rende bem até o ponto conhecido como Disco Porto - último ponto de coleta de água antes da escalada. A partir dali só teríamos onde pegar água novamente do depois do pico do PP.

 Nos hidratamos e enchemos as garrafas,  3,5 litros para cada. Dali pra frente a trilha empina cada vez mais e no final os lances ficam praticamente verticais, subindo por cordas fixas, hoje ressecadas e com a alma exposta.

Vale lembrar que as cordas que estão fixadas para chegar ao pé da via não são estáticas. Deixando a diversão ainda maior. 

Chegamos às 06:00  na base da via. Pausa para tirar os tênis de approach e colocar as sapatilhas; beber água, se equipar e até fazer uma filmagem com o drone.

É… Levei o drone na mochila.

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Era 06:30 da manhã, sol começando a nascer, quando começamos a escalar. Roberto assumindo a ponta da corda.

Vista de um nascer do sol com o contorno de montanhas escuras em primeiro plano e o céu em tons suaves de laranja, amarelo e azul. A cena transmite tranquilidade e altitude.

O plano era: escalariamos em simultâneo até acabar a costuras do rack. Tínhamos levado 11 costuras longas, de 60 cm, e 1 de 120 cm. Assim ganharíamos tempo em procedimentos. Escalando com uma corda single 8.6mm de 60m. Deixamos 30 metros de corda entre nós e o segundo escalador vinha com um grigri montado.

O restante da corda dentro da mochila. Assim, sofreríamos menos com arrasto. Nos lances mais expostos o segundo poderia bater a auto em uma chapa, ou o'que tivesse, e dali poderia dar segurança para o outro escalador. Além de, se o primeiro estivesse lento, o segundo poderia recolher corda e tirar a barriga. 

Roberto saiu enfurecido com toda a empolgação que Deus o deu. A corda esticou. Sai eu escalando e me esforçando pra manter o ritmo do Tenente. Em menos de 1 hora já tínhamos feito as 4 primeiras cordadas antes do platô Jean Claude e estávamos caminhando na mini trilha no meio da parede. Para variar, nos perdemos um pouco, mas nada que atrapalhasse muito. Decidimos fazer esses 25 minutos de trilha sem desencordar, para ganhar tempo.

Logo chegamos na base da 5ª enfiada. Agora era minha vez de assumir a ponta. As cordadas dali pra frente consomem mais costuras.

A um mês eu tinha refeito a via e agora logo percebi que o mato tinha crescido bastante, fazendo com que a escalada ficasse um pouco mais difícil. Com o mato nos empurrando para fora da parede, estávamos o tempo todo fazendo pressão nas mãos, como quem subindo uma escada marinheiro sem guarda-corpo.

Na 7ª enfiada dei uma desviada um pouco exagerada para a direita e tive que esticar uns 20 metros em touceiras bem suspeitas. Achei uma fenda uns 3 metros ainda mais para minha direita onde coloquei uma #2 bomba. Neste momento lembrei do conselho: “Quando escalando em ‘trad’ e na roubada coloque peças bombas. Se não puder confiar nelas (peças), nem coloque, elas não servirão pra nada”.

Esta peça renovou meu “fôlego” e tocando mais uns metros encontrei a antiga P7, os Ps antigos, sendo que a via foi regra pesada. 4 metros para esquerda estava a nova parada em chapas Bounier, lindas e brilhantes. 

O Roberto chegando até mim, assumiu a ponta da corda e voou para cima. Eu de segundo, bufando e com o sol rachando nas costas, tentava manter o ritmo. Uma Máquina. Nesta pressão chegamos na P10. (10:10)

Ramo de planta em destaque na lateral de uma encosta rochosa com vista para um mar de nuvens abaixo. O céu está limpo e azul, sugerindo que a foto foi tirada em grande altitude.

Pequena pausa para água, lanche e bora pra cima!

Dois escaladores com capacetes e equipamentos de segurança estão ancorados a uma parede de rocha, sorrindo e descansando em meio à vegetação de montanha. Um deles segura uma garrafa de água.

Nestas próximas cordadas o mato diminuiu um pouco e até deu para render mais. Toquei à frente até a P13, deixando as honras da última cordada para o Roberto.

Vista aérea de uma crista de montanha coberta por vegetação e formações rochosas, com nuvens ao fundo e o oceano ou vales ao longe. Pequena figura humana visível para escala.

Às 11:00… CUME!!!

Dois homens com roupas de trilha e capacetes sentados e sorrindo ao sol, rodeados por vegetação de altitude. Um deles faz sinal de “rock on” com a mão.

Completamos a via em um bom tempo, 4:30h. Desde que começamos a missão já tinha se passado 8:30h, más ainda tinha muito pela frente.

Pequena pausa para organizar os equipamentos, trocador de modo Climb para modo Trekking. 

Homem com capacete azul e camisa vermelha segura uma corda de escalada, encarando a câmera com expressão determinada. O céu e a vegetação alpina aparecem ao fundo.

Comer, hidratar, mensagem para família, drone… Continuar. Afinal, só estávamos na metade.

Às 12:18h saímos do cume do Ibitirati e começamos a caminhar, passando pelos cumes do Pico União e do Pico Paraná.


Caderno aberto com relato manuscrito detalhando uma escalada no dia 23 de setembro de 2023. Ao fundo, montanhas verdes e céu limpo.

Pelo fato do Pico Ibitirati ter menos fluxo de pessoas, a primeira parte da trilha é a pior, menos batida, onde o mato é sempre mais fechado e tudo enrosca. Depois da subida do Pico Paraná a trilha é mais aberta e fácil.

Homem com mochila laranja examina seus equipamentos no topo de uma montanha, cercado por vegetação densa e com vista panorâmica de outras montanhas ao fundo.

Já estávamos um pouco cansados e o sol nos castigava. Assim, em uma forma de comunicação extraverbal, decidimos não apertar muito o passo para sobrar energia para o pedal. Assim fizemos os 8,5km de trilha no tempo nada surpreendente de 5 horas.

Vista ampla de uma crista de montanha com tendas coloridas espalhadas em área de acampamento. As montanhas cobertas de mata atlântica compõem o fundo.

17:00 - 1 Fazenda Rio das Pedras. 

Chegamos na fazenda Rio das Pedras e dali começaria o trecho de pedal. As bikes estavam onde tínhamos deixado com os suprimentos para o próximo trecho. 

Primeiro afundamos nossas pernas já exaustas e um canal de água corrente, bem gelada, que ali existe. Depois aproveitamos a conveniência do restaurante para comer antes de continuar. Isso tomou  quase uma hora de nossa empreitada. Às 18:00h montamos  nas bicicletas e a parte mais dolorosa começou.  

18:00h - Pedal pela Graciosa. 

O primeiro trecho, até chegar na BR-101, é de cascalho com algumas subidas e descidas boas/divertidas. Já na 101 tudo é mais constante. Paramos no posto para reabastecer de isotônico, que já havia acabado.

Tudo corria bem. Em nossas mentes o trecho de descida pela Estrada da Graciosa seria o mais empolgante e que mais iria render. Mesmo fazendo este trajeto a noite, por se tratar só de descida, pensamos que isso iria nos poupar muito e ganharíamos terreno rápido.

Porém, quase chegando no Portal da Graciosa a neblina fechou! A visibilidade se reduziu muito e tudo estava molhado. 

Pensei: como vamos baixar a altitude a neblina tenderia diminuir e a visibilidade iria melhorar, mas não foi bem assim.

Descer a Graciosa tem por dificuldade as curvas fechadas, pavimento irregular e muito liso. Agora, lá estávamos nós, na neblina fechada que mal enxergávamos 1 metro em nossa frente. Para ajudar, ainda antes de chegar no paralelepípedo começou a chover. Exatamente no trecho de melhor descida, onde achávamos que ganharíamos tempo, estávamos indo só a 9 km/h.

A descida foi amedrontador. Ainda por cima, o farol da minha bicicleta ficou sem bateria e tive que me virar só com a luz da headlamp. Como a neblina estava muito forte e a luz que eu tinha vinha da minha testa, estava conseguindo enxergar apenas pouco mais de um metro na frente do pneu. Confesso que em muitos momentos me sentia em uma roleta russa com as curvas fechadas. Uma estratégia que tomei foi: toda vez que uma moto passava por nós, eu tentava me manter o máximo possível junto a ela para aproveitar da luz do farol. O que dificultava eram os paralelepípedos lisos e as curvas fechadas. 

Asfalto! Ufa. Dali em frente voltamos a render, melhorando a cadência e velocidade média. O que começou a incomodar agora era a dor da bunda no banco. A ponto de precisarmos parar a cada 10 km para descer um pouco das bicicletas.

Quando passamos a marca dos 40 km pedalados deu um alívio. Já estávamos praticamente na metade do pedal. 10 km depois, agora faltando 32, paramos mais um pouco para dar sinal de vida a família. Lá era o último ponto de sinal de celular.

Dois homens em roupas impermeáveis sentados à noite, um deles usando lanterna de cabeça. Ambos aparentam estar relaxando após uma trilha ou escalada, com luzes e flores ao fundo.

Os últimos 30 km foram terríveis. Não tanto pelo cansaço das pernas, que ainda respondiam bem, mas pela exaustão total e dor na pélvis.

Duas bicicletas de mountain bike estão apoiadas na grama ao lado de uma calçada, durante a noite. A cena é iluminada por postes de luz, com reflexos alaranjados no céu e na rua. Ao fundo, é possível ver árvores e construções urbanas pouco iluminadas.

Em certo ponto paramos é deitamos para descansar em uma canaleta na beira da pista. Mas logo levantamos, antes que caíssemos no sono sem querer. 

Aquele trecho e o que ainda tínhamos pela frente engana muito quando se faz de carro. O que antes parecia quase que tudo plano, agora estava cheio de subidas e constantes. 

Em certo ponto, deitamos uns minutos em uma canaleta logo na beira da pista. Mesmo exaustos e molhados a sensação de deitar no concreto frio e colocar os pés pra cima é indescritívelmente reconfortante. Mal encaixamos as costas na vala da canaleta o Roberto levanta em um pulo: - Bora… Vamos! 

O medo de ali pegar no sono era evidente. Nestas horas o excesso de “conforto” não é bom. 

Faltando 20 km estávamos ainda bem de tempo total da jornada. Calculamos que - mesmo indo bem de boa, pedalando a 10 km/h, iríamos conseguir fechar em menos de 24 horas. Porém, nenhum dos dois queria ficar mais 2 horas com a bunda no selim.

Apertamos o pedal e às 23:30 chegamos na Lírio do Vale. Assim fechando num tempo total de 21:08h.

Antes de partir já tínhamos deixado as barracas armadas para volta e minha mãe tinha preparado uma canja pra comermos antes de dormir. Quando chegamos o cansaço era tanto que quem disse que esquentamos a canja. Sem condições.

Mesmo neste estado a cabeça ainda estava a 1000. Uma mistura de exaustão e missão cumprida. Uma IPA e meia conseguiu me pôr pra dormir. Esticar as costas depois de tudo isso não tem preço.







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